Quinto encontro "Retomada das discussões sobre previdência social e Direito do trabalho" 04/08/2018
O encontro deste mês consistiu em uma retomada das discussões acerca das diferenças as quais mulheres são submetidas no mercado e no ambiente de trabalho. Sendo assim, foram levantadas questões sobre dupla jornada de trabalho, diferenças relacionadas aos postos de trabalho aos quais homens e mulheres ocupam e também sobre como mulheres negras ainda são minoria nos cargos de maior destaque e complexidade, como na universidade. O segundo momento do encontro contou com a presença do sindicato Sintral, representante da categoria em Salvador. O encontro com o sindicato era uma demanda das trabalhadoras, tendo em vista a dificuldade e o desconhecimento acerca do trabalho realizado pelo sindicato na representação da categoria. Algumas questões foram levantadas, porém não esclarecidas, acerca de irregularidades no trabalho, como descontos indevidos e demissões injustificáveis.
As desigualdades de gênero com origem na divisão sexual do trabalho ainda marcam as relações atuais. Sendo assim, a mulher é inserida no contexto de trabalho doméstico desde muito nova, sendo obrigada e induzida a realizar sozinha atividades do lar que devem ser realizadas igualmente a partir de uma divisão além do gênero, enquanto os homens se tornam responsáveis por atividades fora de casa, com trabalhos que geralmente exigem maior esforço físico e intelectual.
O processo de divisão do trabalho é intensificado a partir das revoluções industriais e com a intensificação do sistema de capital. As mulheres são inseridas no mercado de trabalho ao lado de homens, porém ainda com pequenos salários. Mesmo dois séculos após dois séculos do início desse processo, ainda recebemos menores salários e somos subestimadas intelectualmente, fisicamente (como exemplo a não contratação de mulheres para trabalhos de maior risco, como vigilantes e de maior esforço físico, como em obras de construção).
Além disso, ainda que mulheres estejam no mercado de trabalho, as suas atividades em casa não são diminuídas ou substituídas. Resulta-se então na dupla - ou até tripla - jornada de trabalho, ou seja, a mulher continua sendo a responsável por manter a organização e a limpeza da casa, se cansando mais que os seus companheiros, uma vez que na sociedade patriarcal se sustenta a exploração das mulheres no trabalho doméstico, que não é remunerado e muito menos, reconhecido.
Diante disso, nos colocamos em luta constante contra as desigualdades construídas e mantidas pela estrutura patriarcal, estabelecendo a construção de encontros como esse, que contribuem para a formação e a desconstrução dos processos de opressão, seja no âmbito do trabalho, no ambiente doméstico ou nas ruas.


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