Primeiro encontro da turma 2019 - O que é ser uma promotora legal popular? 23/03
O primeiro encontro ocorreu no dia 23/03/19 e teve como objetivo introduzir as cursistas aos temas que permeiam a interseccionalidade do feminismo, como gênero, raça e classe e passar a ideia principal sobre o que é ser uma Promotora Legal Popular. Além disso, houve a apresentação minuciosa do curso, com a discussão do cronograma e dos temas e a apresentação das trabalhadoras e das estudantes.
O primeiro momento consistiu na apresentação do Coletivo Madás, seu histórico de luta e de construção até então. Além disso, como surgiu a proposta do PLP pelo coletivo e o seu histórico, relembrando momentos do primeiro ano.
Como era o primeiro encontro, esperávamos mais participantes, haja visto que 21 trabalhadoras se inscreveram. No entanto, apenas 5 trabalhadoras compareceram. A professora Renata indagou na roda de conversa os possíveis motivos para a falta inicial de adesão; Teria sido a divulgação? o dia chuvoso? fomos pouco convincentes nos convites? Houve também alguns problemas de liberação das trabalhadoras de algumas unidades, problemas estes que esperamos serem resolvidos até o próximo encontro.
Logo após o momento inicial houve a apresentação de um breve vídeo disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=RC6B859pz8U que trata sobre o que é ser uma promotora legal popular, tendo em vista as bases no feminismo e na luta por direitos e cidadania. No mesmo momento houve uma explicação maior sobre o que é ser uma promotora e como isso implica na vida cotidiana de várias pessoas.
A professora Renata propôs refletir sobre o nome do curso e indagou se elas já ouviram falar sobre. Algumas das respostas foram: "Já participei de um projeto de educação popular semelhante mas as mulheres não iam". "Acredito que é falta de interesse, mulher é mil e uma utilidades". "O que mais me chamou atenção no vídeo foram as palavras coragem, conhecimento e afeto". Diante disso, a professora Renata concluiu sobre a importância do curso e indagou sobre o que nos une: questões que vão além das semelhanças biológicas e reforça que esse é um espaço de troca.
Durante esse momento, Dona Maria, integrante formada do curso do ano passado chegou e contou sua experiência, incentivando as mulheres a continuarem no curso e a comparecerem. Dessa forma, Dona Maria exerceu seu papel como Promotora Legal Popular, impactando outras mulheres. Além disso, relatou que após o curso as trabalhadoras são mais respeitadas e menos invisibilizadas no ambiente de trabalho. Uma outra fala marcou muito: "A gente (terceirizado) trabalha mais que servidor, mas não tem a mesma valorização. Eu queria que as pessoas mudassem a forma que olha para a gente. Quem é terceirizado não é feliz".
Diante disso, sabemos que os resultados da terceirização são realmente esses, invisibilização, tristeza e descaso. Mas com práticas de combate e de encorajamento pela busca dos direitos, trabalho de visibilização, organização coletiva e desconstrução contínua das opressões, o quadro da terceirização vai sendo mudado, dentro do alcance possível.
Após o intervalo, houve uma dinâmica, que consistia em passar a ponta de um barbante entre as presentes em uma roda. Cada participante que recebia a corda respondia sobre as suas expectativas para o curso. O objetivo era criar uma teia entre as respostas, simbolizando os laços e as relações construídas a partir daquele momento. As expectativas estavam voltadas para o fortalecimento, aprendizado e empoderamento.
Logo depois, houve a exibição de um novo vídeo, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cnyUp5Y90aY, que tratava sobre o que é ser uma mulher negra, com a participação de Vilma Reis, Angela Davis e outras mulheres negras. O vídeo trouxe as pautas do autocuidado e da desigualdade de acesso e ascensão das mulheres negras, trazendo como fato principal as mulheres negras ocuparem a base da pirâmide social. Izaura iniciou uma discussão sobre as desigualdades no Brasil e como é importante tecer um conjunto de relações, com alegrias e dores. Trouxe também como exemplo o caso do sítio do pica pau amarelo, uma história em que a cozinheira Tia Anastácia é relatada como uma mulher negra que trabalha duro mas não tem reconhecimento e não tem voz. Enquanto a patroa, Dona Benta, leva todo o crédito. "Os bolinhos quem faz é Tia Anastácia, mas quem leva o nome da farinha de trigo é Dona Benta".
Após esse momento houve o pacto de convivência e o encerramento do encontro.


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