Sexto encontro: Mulheres, Papéis da Família e Jornada de Trabalho, dia 17 de agosto de 2019
Logo após a
retomada, houve a dinâmica do cards. O objetivo era distribuir palavras que
remetessem aos papéis da família e assim buscar a fala das presentes a partir
de suas experiências pessoais. As palavras foram: Chefe de Família, Aceitação,
Paternidade, Maternidade, Trabalho Doméstico, Família Monoparental e Renda
Familiar. A palavra Chefe de Família suscitou o relato acerca de como os chefes
de família são em sua maioria, mulheres. Ocasionou também em relatos de experiências
pessoais, como histórias sobre a mãe e a avó.
A partir disso,
as palavras foram se conectando. Foi dito também sobre como foi a aceitação
para algumas das presentes o fato de não ter em sua composição familiar uma
figura paterna, compondo, dessa forma, uma família apenas de mulheres. Além
disso, de como essa ausência pode também ser muito bem trabalhada da maneira
certa, investindo, sobretudo, na valorização das mulheres que comandam suas
casas.
Sobre a figura
materna, questionou-se sobre a crueldade de colocar mães como superprotetoras
apenas, uma vez que esse papel é desgastante e injusto. Percebe-se como
esperamos que a mãe seja isso, com múltiplas funções e responsável por sua vida
e dos seus filhos. Deparar-se com o oposto disso é mal visto.
O Trabalho
Doméstico também foi pauta. Assim sendo, ao ler a palavra, foi problematizado
sobre como ao pensarmos em trabalho doméstico nos remetemos imediatamente a uma
figura feminina. Mas, deveria ser o oposto, uma vez que em várias casas moram
também homens.
Após o
intervalo, iniciou-se efetivamente a participação da convidada. Letícia Dias
Ferreira, advogada voluntária da ONG Tamo Juntas, iniciou com a exibição do
curta “Acorda, Raimundo!”. O filme retrata a inversão dos papéis de gênero. O
marido, Raimundo, acorda um dia e precisa dar conta da vida doméstica de sua esposa.
Para ele, um pesadelo. Mas, nem isso serve para que seu comportamento de
exploração mude. As trabalhadoras gostaram muito do filme, tendo em vista a inversão
de papéis em questão. Uma delas afirmou: “se todos os homens tivessem esse
pesadelo, seria ótimo!”.Discutiu-se
sobre a dificuldade de reconhecimento do trabalho doméstico até pelos
estudiosos da área. Além disso, da importância dessas tarefas para o funcionamento
do mundo do trabalho, pagando menos para as trabalhadoras e nada para as donas
de casa. Um sistema próprio e intencional do capitalismo.
Algumas tags
foram puxadas: diferença entre espaço público e privado, trabalho produtivo e
trabalho reprodutivo, trabalho remunerado e trabalho não remunerado. Foi dito
também sobre como o trabalho doméstico é incentivado, ele nunca acaba.
Por último,
encerrou-se sobre como as relações, ainda que subalternas, são marcadas pelo
poder.



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