Último encontro: Violências. 23 de novembro de 2019

O último encontro do curso tentou reunir as diversas formas de violência como debate. Para isso, no primeiro momento houve a exibição do filme "O silêncio das inocentes", que traz relatos de mulheres que já sofreram algum tipo de violência, sobretudo a violência doméstica. Alguns casos foram de grande repercussão, como o de Maria da Penha, que leva o nome da lei em defesa das mulheres que são violentadas diariamente.

Um dos pontos mais marcantes foi o relato sobre o medo de denunciar. As mulheres em situação de violência não veem no sistema de justiça um apoio para o sofrimento, muito menos proteção. Houve também algumas falas dos operadores do Direito dentro do sistema de justiça para proteção às mulheres. Uma observação importante pauta-se na composição das delegacias, que são em sua maioria, formada por homens. Uma das mulheres relatou: "na delegacia eles fazem você se sentir um nada". Isso reflete como ainda o atendimento e a atenção às mulheres vítimas de violência precisam ser transformadas.

A discussão pautou-se também sobre diversos aspectos. Um deles foi sobre o momento em que uma mulher em situação de violência tentou denunciar e ouviu do delegado: "nada como uma noite de amor não resolva". Fica claro que as delegacias de atendimento às mulheres devem ser comandadas por mulheres, e não por homens eivados pelo machismo.

Uma das cursistas relatou sobre a sua situação de violência. Afirmou que teve que fugir, pois todo dia era agredida com palavras. Ela pegou uma faca para se defender no momento em que ele tentou agredi-la fisicamente. "Muita gente fica contra na hora que mais precisa. Duvidavam, pois ele tratava todo mundo tão bem...".

Nessa situação, a mulher perdeu a casa, pois seu ex-marido se apropriou dela. E, ainda não paga as contas de água e luz. Na medida em que ele não paga as contas que estão no no nome dela, isso gera uma angústia psicológica. Além disso, a violência patrimonial está envolvida. Ademais, ela relatou também que durante um tempo tinha medo de morar sozinha, tendo em vista o perigo na rua. No entanto, o perigo dela estava também dentro de casa.

Após o intervalo, o segundo momento foi marcado pela leitura de poesias do grupo Sarau da Onça. Uma das cursistas escolheu um poema chamado "ativistas", que falava sobre a revolução do amor através das palavras.

Após as leituras, casa uma buscou um relato que tenha vivenciado ou que conheça. Um dos relatos mais marcantes pautou-se sobre os filhos, ou seja, como algumas mulheres mantêm a relação de violência em nome dos filhos, movidas pelo medo e pela angústia de como os filhos vão suportar a situação.

Por fim, duas reflexões importantes se fizeram presentes: A violência doméstica suga muito da vida, é importante lembrar que a vítima é sempre vítima. A segunda: Nós não queremos acreditar que a pessoa que amamos pode nos violentar.







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